sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

PORQUE CRIAR UM CONSELHO FEDERAL DE JORNALISMO?

Antes de qualquer coisa precisamos entender que a idéia de criar um Conselho Federal de Jornalismo-CFJ e suas regionais não interessa somente ao governo, as empresas de comunicação e aos jornalistas. Os conselhos que regulamentam as profissões colocam em primeiro lugar os interesses da sociedade, garantindo a habilitação e a fiscalização desses profissionais ao exercerem funções relevantes para a população. Até hoje não existe nenhum órgão competente que proteja a sociedade contra a manipulação e a omissão de informações que geralmente acobertam interesses pessoais dos veículos de comunicação ou, infelizmente, dos próprios jornalistas.

Precisamos entender também que esse novo órgão irá regular e assim melhorar as condições de trabalho para nós, futuros jornalistas. E dependerá de nós que essa ação não se torne uma censura à liberdade de imprensa ou de opinião, já que votaremos e decidiremos quem irá integrar a direção do conselho.

A criação do CFJ é há décadas uma reivindicação dos jornalistas que exigem o controle ético do exercício da profissão, então através desse controle os jornalistas poderão se proteger dos abusos cometidos pelos meios de comunicação, se negando a realizar uma tarefa especifica por ser considerada antiética. As empresas de comunicação não apóiam essa iniciativa, pois abominam qualquer forma de controle ético ou fiscalização. Isso não porque são bonzinhos, mas porque eles não querem perder o status que obtiveram se auto intitulando como sendo o “quarto poder”. Digo se auto intitulando, pois até onde sabemos ninguém lhes concedeu nenhum poder.

É claro que existem riscos de essa nova proposta se tornar negativa para os jornalistas, podendo ser aprovada uma regulamentação conservadora ou a partir de interesses pessoais, ou pode não sair do papel e de nossas cabeças. Mas quanto a isso depende de todos os que valorizam a informação, portanto valorizam a profissão de jornalismo e lutar para concretizar esse projeto e vários outros que virão.

Natália Pereira Matheus

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